sábado, 23 de julho de 2011

I.D. - Fúria nas Arquibancadas (Filme) & Entre os Vândalos (Livro)


I.D. – Fúria nas Arquibancadas (I.D., Inglaterra / Alemanha, 1995) – Nota 8
Direção – Philip Davis
Elenco – Reece Dinsdale, Richard Graham, Claire Skinner, Sean Pertwee, Saskia Reeves.

No auge da violência entre as torcidas na Inglaterra durante os anos oitenta, a polícia infiltra alguns agentes entre os hooligans para identificar os líderes e efetuar prisões. Um dos agentes é John (Reece Dinsdale), um sujeito comum que ao mesmo tempo que vai ganhando influência entre os hooligans, começa a pegar gosto pela adrenalina das violentas brigas e pelo poder conquistado dentro da “organização”. 

Diferente de “Hooligans” com Elijah Wood que se passa nos anos noventa quando as brigas entre estas gangues aconteciam apenas nas ruas, nos anos oitenta a confusão existia até mesmo dentro dos estádios que viviam superlotados e sem lugares marcados, explodindo brigas a todo instante. 

Esqueçam futebol dentro do gramado, o longa mostra toda a violência que cercava este esporte na Inglaterra naquela época e principalmente o efeito da massa sobre o indivíduo. Estes grupos eram formados (e ainda são) por pessoas comuns que se transformam em bárbaros, se escondendo na multidão para liberar seus demônios.

O final do longa mostra que para alguns indivíduos o que vale é fazer parte de algo onde se sintam importantes, não importando as conseqüências ou o objetivo do grupo.

Entre os Vândalos (Among the Tugs, 1991)
Escritor - Bill Buford

O jornalista americano Bill Buford vivia na Inglaterra desde o final dos setenta e nunca havia se interessado por futebol. Na primeira metade dos anos oitenta ele é convidado por dois amigos para assistir a um jogo da primeira divisão inglesa e descobre um mundo completamente diferente do que imaginava, que acabou virando livro. 

Buford descreve no livro a loucura que era assistir ao um jogo de futebol na Inglaterra naqueles anos. A dificuldade começava com a multidão que entrava por pequenos portões em estádios que foram construídos no início do século e não tinham capacidade para suportar tantas gente, passando pelas brigas durante a partida e finalmente a saída onde as pessoas era praticamente levadas para fora do estádio em blocos compactados.

O que realmente mexeu com Buford foi a violência. Tentando entender o porquê daquilo, ele se aproximou dos líderes das torcidas (um deles do Manchester United) e participou de brigas violentas na Inglaterra, sempre como um curioso observador.

Duas situações narradas por Buford merecem destaque, a primeira é uma viagem que ele fez a Turim com torcedores do Manchester United para uma partida contra a Juventus e onde presenciou um sequência de bebedeiras, brigas e vandalismo durante dois dias. A segunda foi novamente na Itália durante a Copa do Mundo de 1990, quando torcedores ingleses travaram numa verdadeira guerra com a polícia da Sicília.

O livro é um grande exemplo de como a violência e o poder fascinam, o escritor cita que muitos dos participantes eram trabalhadores que aos finais de semana abandonavam a vida normal para se transformar em arruaceiros.

O filme e o livro são obrigatórios para quem tem interesse em entender sobre o tema e conhecer um pouco mais sobre uma época em que a violência acontecia não somente nas ruas, mas também dentro dos estádios.

3 comentários:

renatocinema disse...

Adoro filmes que retratem o futebol. Principalmente os que abordam o esporte por outro ângulo, no caso que você comenta, a violência real que ocorria forte na Inglaterra.

Vou tentar assistir o filme.

Kuki Bertolini disse...

Hugo,eu vi esse filme a muitos anos atras.Não lembro muito dele,mas na época achei legal,apesar da violencia.brigado pela visita no blog!grande abraço!até a próxima! =D

http://thecinefileblog.blogspot.com/

Hugo disse...

Renato - O filme é bem real na recriação das cenas de violência.

Kuki - É um bom filme.

Abraços