sábado, 22 de outubro de 2011

Não Amarás & Não Matarás


No final dos anos oitenta, o diretor polonês Krzysztof Kieslowski filmou dez histórias baseadas nos "Dez Mandamentos" para a tv polonesa, numa série denominada “O Decálogo”. O sucesso do trabalho fez com que ele remontasse duas destas histórias e transformasse em longa metragem, gerando “Não Amarás” e “Não Matarás”. 

Os filmes foram lançados em circuito comercial e abriram as portas internacionais para o diretor comandar ainda quatro filmes antes de falecer em 1996. Os longas foram “A Dupla Vida de Veronique” e a chamada Trilogia das Cores baseada na bandeira da França, por sinal seus três maiores sucessos, “A Liberdade é Azul”, “A Igualdade é Branca” e “A Fraternidade é Vermelha”. Todos os seus trabalhos são dramas sensíveis, muito bem interpretados, que tocam em temas como amor, paixão, perda e vingança.

Não Amarás (Krótik film o Milosci, Polônia, 1988) – Nota 8
Direção – Krzysztof Kieslowski
Elenco – Grazyna Szapalowska, Olaf Lubaszenko, Stefania Iwinska.

O jovem Tomek (Olaf Lubaszenko) é um órfão que trabalha no posto do correio e vive num apartamento com a mãe de um amigo que está viajando. Do seu quarto ele observa com uma luneta a bela Magda (Grazyna Szapalowska), que recebe homens em sua casa a noite e trabalha durante o dia.

O amor platônico que Tomek sente por Magda aos poucos se torna mais forte e faz com que ele interfira na vida da mulher. Tomek faz ligações e não fala nada, deixa avisos falsos para ela passar no correio apenas para vê-la e até resolve trabalhar como entregador de leite para se aproximar da amada. Quando Tomek toma coragem e se apresenta a mulher, as coisas não correm como o esperado e um turbilhão de emoções vem à tona.

Não Matarás (Krótki film o Zabijnaiu, Polônia, 1988) – Nota 8
Direção – Krzysztoff Kieslowski
Elenco – Miroslaw Baka, Kzrysztof Globisz, Jan Tesarz.

Na Polônia dos anos oitenta, ainda sob a bandeira do comunismo, três sujeitos tem seus destinos cruzados. O jovem Jacek (Miroslaw Baka) anda pela cidade fazendo pequenas maldades de um modo que não chame a atenção. O taxista Waldemar Rekowski (Jan Tesarz) é um mal caráter que destrata os passageiros e fica observando garotas. O terceiro elo é o advogado Piotr (Kzrysztof Globisz) que consegue a licença para advogar defendendo a tese de que a pena de morte é cruel e não resolve o problema do crime. 

O roteiro do diretor Kiesloswik e Krzysztoff Piesewicz, seu parceiro em outros trabalhos, mostra a dureza do Estado Totalitário em que a Polônia vivia na época, além de uma sensível análise sobre o caráter humano. O filme tem duas sequências muitos fortes: A de um assassinato cruel e a cena final da aplicação da pena de morte.  

2 comentários:

O Narrador Subjectivo disse...

Difícil decidir qual dos 2 é melhor, mas, seja como for, ambos comprovam a genialidade de Kieslowski, toda a gente devia ver estes filmes!

http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/

Hugo disse...

Narrador - São dois grandes filmes, assim como toda a carreira de Kieslowski.

Abraço