quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A História Oficial

A História Oficial (La Historia Oficial, Argentina, 1985) – Nota 8
Direção – Luis Puenzo
Elenco – Norma Aleandro, Hector Alterio, Chunchuna Villafane, Hugo Arana, Guillermo Battaglia.

Em 1983, a Argentina estava passando por um processo de redemocratização. Os militares que governaram o país com mão de ferro estavam saindo do poder e vários argentinos que estavam fora do país após serem perseguidos, resolveram voltar. 

Neste cenário, o casal Alicia (Norma Aleandro) e Roberto (Hector Alterio) vivem com uma filha de cinco anos que foi adotada de forma não-oficial. Roberto é um executivo que trabalha numa empresa comandada por um militar de alta patente e num certo dia trouxe o bebê para casa sem maiores explicações. Alicia que não podia ter filhos, aceitou a situação, porém agora quando sua amiga Ana (Chunchuna Villafane) volta ao país e insinua que a menina pode ser filha de alguma mulher que fora assassinada durante a ditadura, Alicia resolve descobrir quem é a mãe verdadeira, para desagrado de Roberto. 

Este ótimo drama venceu o Oscar de Filme Estrangeiro e tem a seu favor ter sido produzido numa época em que os horrores da ditadura argentina ainda estavam vindo à tona e a população exigia punição aos responsáveis, além da abertura dos documentos sobre os milhares de desaparecidos. 

O casal principal é mostrado com uma típica família burguesa, com o marido sendo conivente com os abusos dos poderosos para poder lucrar e a esposa fechando os olhos para a situação, até que algumas situações a fazem despertar para a verdadeira situação do país. 

Destaque para a casal principal, que voltaria a atuar juntos quase vinte anos depois em “O Filho da Noiva”. 

O sucesso do filme fez o diretor Luis Puenzo ser convidado a comandar o drama “Gringo Velho” em Hollywood, um filme razoável que foi detonada pela crítica. Já sua filha Lucia Puenzo dirigiu o sensível drama “XXY”.

2 comentários:

M. disse...

Eu gostei muito deste filme. Corajoso para a época.

Hugo disse...

M - Sem dúvida um filme corajoso e realista.

Abraço