sexta-feira, 15 de março de 2013

A Família Flynn & Alguém Para Dividir os Sonhos


Filmes sobre a questão dos moradores de ruas nas grandes cidades são poucos, por isso ao assistir "A Família Flynn", que toca em outros temas como conflitos familiares e drogas, rapidamente lembrei deste ainda melhor "Alguém Para Dividir os Sonhos", longa produzido há vinte anos e hoje praticamente esquecido.

A Família Flynn (Being Flynn, EUA, 2012) – Nota 6,5
Direção – Paul Weitz
Elenco – Robert De Niro, Paul Dano, Julianne Moore, Olivia Thirlby, Lili Taylor, Wes Studi, Chris Chalk, Thomas Middleditch.

Nicky Flynn (Paul Dano) é um jovem aspirante a escritor que está desempregado e sem rumo na vida. Ele trai a namorada que o expulsa de casa e assim ele acaba dividindo um apartamento num antigo prédio com dois sujeitos (um homossexual e um pequeno traficante) e com a jovem Denise (Olivia Thirlby). 

Sua vida começa a mudar quando recebe um telefone do pai, Jonathan (Robert De Niro), a quem não via há dezoito anos. Jonathan é um sujeito preconceituoso, teimoso, que trabalha como taxista, mas acredita ser um talentoso escritor e diz estar terminando seu livro que seria uma obra prima. A relação entre os dois começa estranha e distante, porém quando Nicky decide trabalhar em um abrigo e depois de algum tempo seu pai aparece no local procurando um lugar para dormir, o contato entre os dois fica inevitável, assim como os conflitos resultantes dos traumas do passado. 

Baseado num livro autobiográfico de Nicky Flynn, este longa dirigido Paul Weitz, especialista em comédias bobinhas, acerta ao não exagerar no drama, apesar da trama tocar em temas pesados como pessoas desabrigadas, drogas e suicídio. 

A primeira parte é a mais interessante, ao mostrar o desenvolvimento dos personagens e como suas vidas chegaram naquele estágio. Além de De Niro e Dano, vale também destacar o papel de Julianne Moore como a mãe de Nicky, personagem que aparece em flashbacks e tem grande importância na trama. O filme perde um pouco o impacto na parte final, quando alguns problemas sérios são resolvidos com facilidade e a personagem de Olivia Thirlby acaba sendo mal aproveitada. 

No geral é um drama razoável que vale a sessão pelo bom desempenho de De Niro, que acertou na escolha depois de vários papéis em filmes ruins.

Alguém Para Dividir os Sonhos (The Saint of Fort Washington, EUA, 1993) - Nota 7,5
Direção – Tim Hunter
Elenco – Matt Dillon, Danny Glover, Rick Aviles, Nina Siemaszko, Ving Rhames, Joe Seneca.


O jovem Matthew (Matt Dillon) sofre de esquizofrenia, mas mesmo assim é liberado de um clínica psiquiátrica. Sem ter onde morar, ele consegue uma vaga em um abrigo em Washington. Na primeira noite ele precisa se defender de um violento desabrigado (Ving Rhames), mas como ele é um sujeito ingênuo, seria presa fácil para a valentão, porém outro desabrigado, Jerry (Danny Glover), um veterano da Guerra do Vietnã, o ajuda dando início a uma grande amizade. Jerry perdeu família e filhos, por isso vive nas ruas limpando carros e fazendo bicos para sobreviver. Jerry vê no jovem Matthew a chance de ter uma nova família e quem sabe sair das ruas para recomeçar a vida, porém não será nada fácil.

Este drama pesado e emocionante vai fundo ao mostrar as dificuldades com comida, água, temperatura, além do preconceito e da violência que os desabrigados enfrentam no dia a dia. É provavelmente o filme produzido em Hollywood que mais se aprofundou sobre o tema. Mesmo não sendo considerados grandes atores, Matt Dillon e Danny Glover cumprem com perfeição seus papéis.

Como curiosidade, o diretor Tim Hunter tem praticamente toda a carreira voltada para seriados de tv, tendo feito apenas cinco longas, sendo este o último até hoje.

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