quinta-feira, 7 de março de 2013

O Mestre

O Mestre (The Master, EUA, 2012) – Nota 7,5
Direção – Paul Thomas Anderson
Elenco – Joaquin Phoenix, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams, Laura Dern, Jesse Plemons, Ambyr Childers, Rami Malek, Kevin J. O’Connor, Christopher Evan Welch, Madisen Beaty.

Freddie Quell (Joaquin Phoenix) é um ex-combatente da 2º Guerra Mundial que ao voltar para casa não consegue se adaptar. Freddie é um sujeito bruto, sem educação, que gosta de beber, fala o que pensa e responde aos problemas com violência. Após se meter em uma confusão no seu último trabalho, Freddie foge e acaba cruzando o caminho de Lancaster Dodd (Philip Seymour Hoffman), uma espécie de guru, famoso por um livro chamado “A Causa”. 

Os dois sujeitos extremamente diferentes acabam criando um estranho laço, primeiro com Lancaster ficando interessado numa bebida fortíssima fabricada por Freddie, depois por ver Freddie quase como um animal a ser domado. Em contrapartida, Freddie se transforma em defensor de Lancaster, quase um segurança que toma atitudes fortes contra os inimigos do mestre. 

Os produtores tentaram vender o filme como sendo uma espécie de biografia fictícia do escritor L. Ron Hubbard, um guru que criou a Cientologia, uma religião com cara de culto que é seguida por várias atores famosos de Hollywood, tendo como principal garoto propaganda o astro Tom Cruise. A ideia de vincular o nome de Hubbard com a produção acabou não dando certo, o filme dividiu a crítica e o público, mesmo que o resultado seja no mínimo interessante. 

O roteiro do próprio diretor P. T. Anderson foge do lugar comum que seria transformar a trama em uma denúncia contra um guru picareta. Ele prefere mostrar os bastidores da vida do sujeito e de seus seguidores, com destaque para a ótima Amy Adams como a esposa atual, que é discreta mas defende as ideias do marido até o fim, para a sumida Laura Dern como uma seguidora cega pelo carisma do mestre e o filho vivido por Jesse Plemons, um jovem apático que mesmo ficando ao lado do pai, num diálogo específico mostra um sentimento de descrença nas ideias do homem. 

Os grandes destaques são as interpretações de Hoffman e Phoenix. Hoffman está perfeito como o sujeito carismático que fala bem, mas que mostra seu verdadeiro lado quando é contrariado em alguma discussão. Já o trabalho de Phoenix é psicológico e corporal, que além de criar com perfeição o veterano de guerra que esconde os traumas atrás da brutalidade, ele inventou uma estranha forma de andar, um pouco curvada, como se estivesse com a coluna torta. 

É um filme diferente, com uma narrativa lenta em alguns momentos, mas que vale pelo elenco e  por algumas ótimas sequências entre Hoffman e Phoenix.

2 comentários:

Amanda Aouad disse...

É um filme sobre o ser humano, mais do que um filme sobre a seita religiosas. Eu gostei muito do que vi em tela. Mais do que você, hehe.

bjs

Hugo disse...

Amanda - Gostei dos filmes de P. T. Anderson, mas este não meu cativou por completo. Gostei mais das interpretações do que da trama.

Bjos