sábado, 27 de julho de 2013

Linha de Ação & City Hall - Conspiração no Alto Escalão


Dezessete anos separam estas duas produções com premissas semelhantes. Os dois filmes tem como ponto principal mostrar a corrupção política na prefeitura de Nova York, sem contar os elencos recheados de atores famosos. 

Linha de Ação (Broken City, EUA, 2013) – Nota 7
Direção – Allen Hughes
Elenco – Mark Wahlberg, Russell Crowe, Catherine Zeta Jones, Jeffrey Wright, Barry Pepper, Alona Tal, Natalie Martinez, Michael Beach, Kyle Chandler, James Ransone, Griffin Dunne.

O filme começa com o policial Billy Taggart (Mark Whalberg) sendo julgado por ter matado um estuprador durante uma investigação. Taggart é absolvido, porém uma nova prova que poderia condená-lo é jogada para debaixo do tapete pelo prefeito Hostetler (Russell Crowe), que não deseja um escândalo próximo das eleições. Como conseqüência, Taggart é obrigado a pedir demissão pressionado pelo chefe de polícia (Jeffry Wright) e pelo próprio prefeito que diz que não esquecerá de sua ajuda. Sete anos depois, Taggart trabalha como investigador particular e para sua surpresa é chamado pelo prefeito para investigar sua esposa (Catherine Zeta Jones), que o estaria traindo. Taggart aceita o trabalho e não imagina que está se metendo numa trama repleta de sujeiras, que tem ligação com as novas eleições e com a venda milionária de um conjunto habitacional. 

Este primeiro filme do diretor Allen Hughes sem dividir os créditos com o irmão gêmeo Albert, peca pelo roteiro excessivamente didático que amarra a trama de forma certinha demais, com algumas reviravoltas que o cinéfilo mais experiente descobrirá bem antes do final. O filme ganha pontos pela ousadia de mostrar todos os personagens envolvidos de uma forma ou de outra na corrupção, não existe mocinho, até mesmo o personagem de Wahlberg tem contas a acertar com a justiça e com a verdade. Outro ponto positivo e atual é a criação da disputa eleitoral entre o velho político corrupto vivido por Russell Crowe que defende o interesse dos poderosos e o jovem liberal interpretado por Barry Pepper, que tenta defender os direitos do povo e das minorias, mas que também seus segredos. O “Broken City” do título pode significar uma cidade falida por conta da falta de dinheiro ou ainda um local tomado pela corrupção.  

City Hall – Conspiração no Alto Escalão (City Hall, EUA, 1996) – Nota 6,5 
Direção– Harold Becker
Elenco – Al Pacino, John Cusack, Danny Aiello, Bridget Fonda, Martin Landau, David Paymer, Tony Franciosa, Richard Schiff, Lauren Velez, Lindsay Duncan, Nestor Serrano. 

Numa troca de tiros entre um detetive e um traficante, os dois acabam mortos e uma bala perdida atinge um garoto negro de seis anos que também morre no local. O prefeito John Pappas (Al Pacino) é uma velha raposa da política que pressiona para que o caso seja encerrado rapidamente. Enquanto isso, o jovem vice-prefeito Kevin Calhoun (John Cusack) decide se aprofundar no caso e acaba descobrindo que o traficante morto havia sido condenado a dez anos de cadeia, mas recebeu uma estranha anistia. Para piorar a situação, Calhoun descobre também que o sujeito era filho de um chefão mafioso (Danny Aiello) e que este pode ter alguma ligação com o prefeito. 

A trama totalmente política se perde no excesso de diálogos e detalhes, desperdiçando a boa premissa. A culpa principal é do confuso roteiro que consta assinado por quatro roteiristas, sendo três deles de renome (Paul Schrader, Nicholas Pileggi e Bo Goldman), o que deixa claro que a trama deve ter sido reescrita algumas vezes, o que normalmente resulta em um filme confuso. Al Pacino está competente como velho político corrupto, enquanto Cusack tem uma das interpretações mais fracas da carreira. É uma pena, tanto pela história como pelo elenco, o filme tinha tudo para ser bem melhor.

2 comentários:

Alan Raspante disse...

Broken City eu quero ver já tem um tempo!

Hugo disse...

Alan - O filme ficou abaixo da expectativa.

Abraço