terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O Peso de um Passado

O Peso de um Passado (Running on Empty, EUA, 1988) – Nota 7,5
Direção – Sidney Lumet
Elenco – Christine Lahti, Judd Hirsch, River Phoenix, Jonas Abry, Martha Plimpton, Steven Hill.

O casal Arthur (Judd Hirsch) e Annie Pope (Christine Lahti) vive fugindo do FBI há mais de quinze anos, desde que atacaram um laboratório que fabricava Napalm para ser utilizado na Guerra do Vietnã. Utilizando nomes falsos e mudando de local cada vez que percebem que podem ser localizados, o casal treinou o filho mais velho Danny (River Phoenix) e o mais novo Harry (Jonas Abry) para falarem o menos possível sobre suas vidas com os amigos. 

Quando a família se muda para New Jersey e Danny inicia seu último ano do colegial, o professor de música descobre no jovem um raro talento para o piano, ao mesmo tempo em que Danny se envolve com a filha do professor (Martha Plimpton). Desta situação nasce a dúvida na cabeça de Danny, ir para universidade e abandonar a família, para quem sabe nunca mais vê-los, ou seguir na vida de fugitivo mesmo sem ter culpa alguma do erro dos pais. 

Na época, o grande diretor Sidney Lumet estava numa fase ruim, vinha de alguns filmes que fracassaram como “Os Donos do Poder” e “A Manhã Seguinte” e talvez por isso tenha escolhido um drama intimista, um filme menor para continuar a carreira. Um dos objetivos do ótimo roteiro que concorreu ao Oscar, é mostrar como uma atitude errada pode trazer consequências para vida inteira e as vezes levando a um ponto onde é necessário tomar uma decisão, mesmo que ela seja dolorida. 

O elenco tem uma atuação impecável, com Christine Lahti perfeita com a mulher arrependida pela decisão tomada na juventude, Judd Hirsch competente como o eterno rebelde e o falecido River Phoenix ótimo no papel que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Ator Coadjuvante e que fez público e crítica acreditarem que um novo grande ator estava surgindo, pena que sua vida tenha sido abreviada.

O resultado é um filme que aparentemente tem uma trama simples, mas que apresenta personagens riquíssimos, com virtudes, defeitos, dúvidas e frustrações, igual um ser humano comum.   

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