quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Vidas em Fuga

Vidas em Fuga (The Fugitive Kind, EUA, 1960) – Nota 7
Direção – Sidney Lumet
Elenco – Marlon Brando, Anna Magnani, Joanne Woodward, Maureen Stapleton, Victor Jory, R. G. Armstrong.

A trama começa com Valentine “Snakeskin” Xavier (Marlon Brando) diante de um juiz que analisa qual será a punição por ele ter destruído uma apartamento onde fora trabalhar como músico. Xavier se diz arrependido pela atitude e diz que abandonará a cidade de New Orleans para começar uma nova vida em outro local. 

Xavier consegue ser liberado e sai da cidade com seu carro, que apresenta um defeito no meio da estrada e o faz parar num pequeno condado, onde é ajudado pela ingênua Vee (Maureen Stapleton), esposa do xerife (R. G. Armstrong). No dia seguinte, Xavier consegue um emprego na loja de Lady (Anna Magnani) que precisa cuidar do local e do marido doente (Victor Jory), um sujeito rude que vive na cama e a trata como empregada.  

Em meio a estes personagens problemáticos surge ainda a jovem Carol (Joanne Woodward), considerada maluca por causa das suas atitudes liberais e do seu jeito sem papas na língua. A chegada de Xavier desperta amor e ódio entre as pessoas do local, o que levará a uma tragédia. 

Baseado numa obra de Tennesse Williams, este longa do grande Sidney Lumet é um drama forte e doloroso ao retratar personagens cheios de frustrações em meio a uma pequena comunidade onde o preconceito e os segredos do passado afloram com a chegada de um forasteiro. 

Ao mesmo tempo em que o elenco se destaca nas atuações, fica clara a origem teatral da trama, que faz o filme perder pontos com o ritmo arrastado e os diálogos exagerados que transformam algumas sequências em algo fora da realidade. 

Um ponto interessante é o erotismo velado e os diálogos de duplo sentido. As festas em que o personagem de Brando tocavam na verdade seriam orgias entre ricos, além de que as três personagens femininas são mulheres frustradas sexualmente. Anna Magnani é humilhada pelo marido, Joanne Woodard esconde sua carência em meio as atitudes exageradas e Maureen Stapleton descobre o prazer em suas pinturas. No meio delas o personagem de Brando é uma espécie de catalisador do desejo, que vira de cabeça para a baixo a cidade. 

Para quem gosta do tema e tem paciência com tramas lentas que demoram para engrenar, este longa vale como uma curiosa sessão, sem contar conhecer um pouco mais sobre o início da carreira de Lumet no cinema.

Um comentário:

Pedrita disse...

esse filme é maravilhoso, perfeito em tudo. beijos, pedrita