sexta-feira, 27 de junho de 2014

Operação Thunderbolt

Operação Thunderbolt (Mivtsa Yonatan, Israel, 1977) – Nota 7,5
Direção – Menahem Golan
Elenco – Klaus Kinski, Sybil Danning, Yehoram Gaon, Assaf Dayan.

Em 1976, um avião da Air France que saiu de Israel e fez escala em Atenas, decola com destino a Paris com duzentos passageiros, sendo que a metade eram de judeus, é sequestrado por quatro terroristas (três homens e uma mulher) que desviam a rota até Benghazi na Líbia, onde duas mulheres que estão passando mal são libertadas, o avião é reabastecido e volta ao ar desta vez para pousar no aeroporto de Entebbe em Uganda. 

Os terroristas pertenciam a Frente de Libertação da Palestina e escolheram Uganda como destino por terem a simpatia do sanguinário ditador Idi Amin Dada, que também era inimigo de Israel. Eles soltaram em torno de 100 passageiros e mantiveram como reféns outros 100 que eram judeus, exigindo a libertação de 43 membros do seu grupo que estavam presos em Israel, caso o pedido não fosse aceito, os terroristas matariam os reféns judeus. Percebendo que era impossível negociar, o governo de Israel aciona um comando de elite do exército que arma um arriscado plano de resgate. 

Baseado numa história real, esta produção israelense colocou no mapa mundial do cinema a dupla de produtores Menahem Golan e Yoram Globus. O razoável sucesso do longa abriu o caminho para a dupla de primos que no início dos anos oitenta se mudou para Hollywood e fundou a produtora Cannon. Para quem quiser saber com detalhes a trajetória da Cannon, clique aqui e visite minha postagem sobre a produtora. 

Voltando ao filme, como a história ainda estava quente e foi considerada uma vitória de Israel sobre os palestinos, como se fosse um troco pelo massacre da Olimpíada de Munique quando atletas israelenses foram assassinados, por si só a produção tinha tudo para fazer sucesso no país. 

Com a expectativa em alta, a dupla de produtores investiu dois milhões e meio de dólares, caprichou na produção, inclusive no roteiro e na direção de atores, detalhes que muitas vezes eles deixaram de lado em trabalhos posteriores, além de contratar o temperamental e então famoso ator alemão Klaus Kinski para o papel do líder dos terroristas, além da bela austríaca Sybil Danning, que nos anos oitenta se tornaria estrela de filmes B. 

A narrativa segue o estilo dos filmes catástrofe que estavam na moda na época, mostrando na primeira parte a chegada dos passageiros no aeroporto e suas pequenas histórias, para depois jogá-los no meio do inferno do sequestro. O clima pesado entre sequestradores e reféns no aeroporto é de tensão na medida certa, assim como os preparativos do comando israelense para o resgate, até a inevitável sequência final de ação, que também se mostra competente. 

Como informação, esta mesma história foi filmada outras três vezes. Em 1976,  logo após o ocorrido, foram produzidos dois filmes para a tv com elencos recheados de astros. O também diretor israelense Irvin Kershner, de “O Império Contra-Ataca”, comandou um telefilme chamado “Resgate Fantástico” que tinha Charles Bronson, Peter Finch,  Martin Balsam e outros astros. Marvin G. Chomsky dirigiu “Vitória em Entebbe” com Kirk Douglas, Richard Dreyfuss e Elizabeth Taylor. 

O último longa sobre o tema foi “Comando Delta”, que o próprio Menahem Golan dirigiu colocando como protagonistas Chuck Norris e Lee Marvin. Esta produção é ótima como filme de ação, porém muda um pouco a história, o que faz com que “Operação Thunderbolt” seja ainda a melhor versão e a mais próxima da realidade em relação ao ocorrido.  

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